Se o Photoshop é referência em tratamento e edição de imagens, o Zbrush é um dos grandes nomes na modelagem 3D em altíssima resolução. Com ele, é possível criar mundos que pareçam totalmente reais em um sistema de usabilidade simples, como poucos programas de modelagem conseguem.
O software já foi usado em games da Electronic Arts e
grandes títulos do cinema, como “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”,
mas, ao contrário do que você possa pensar, o Zbrush não é um sistema
que exige técnicas avançadas. O software trabalha com ferramentas
descomplicadas, por isso ele é conhecido por ser direto e eficaz.
O
que você precisa mesmo é ter noções de escala, iluminação, texturas e
cores. Assim, você pode transformar em objetos tudo o que sua imaginação
permitir. A grande diferença entre o Zbrush e outros sistemas de
modelagem tradicional é que, aqui, você tem um trabalho muito mais
próximo ao da escultura, permitindo que você crie modelos de até 10
milhões de polígonos, garantindo a altíssima resolução para filmes,
jogos e animações.
Trabalhos complexos em computadores simples
Uma
enorme vantagem do Zbrush é a possibilidade de criar cenários inteiros
com ele e transformá-los em uma imagem 2.5D para funcionar como plano de
fundo, mas sem perder os efeitos de iluminação e sombra. O 2.5D é um
sistema chamado também como perspectiva 3/4 ou “pseudo-3D” – que nada
mais é do que uma forma de simular o 3D com imagens bidimensionais.
Depois
da transformação é possível criar novos objetos no primeiro plano,
fazendo com que os desenvolvedores possam criar cenas de extrema
complexidade sem a exigência de processadores superpotentes.
Processo de construção de personagem e imagem finalizada: tudo foi feito no Zbrush (Fonte da imagem: Reprodução/ZbrushCentral)
Para
o designer Nick Mancini, o grande diferencial do Zbrush está na forma
mais artística de trabalhar. Segundo ele, o sistema é muito mais
parecido com uma modelagem em argila do que com a construção 3D. “No
Zbrush você pode fazer tudo, desde o rascunho em duas dimensões até o
produto final, pintado, texturizado e renderizado”.
Para Welton Lima,
professor do Senac São Paulo, a diferença no trabalho é que, enquanto
em softwares avançados o artista precisa trabalhar extrudando elementos,
no Zbrush é possível trabalhar com a modelagem pura – “extrudar” é a
palavra utilizada para “solidificar” uma forma, transformar um quadrado
2D, por exemplo, em um cubo 3D.
Mais um exemplo de projeto criado e finalizado pelo Zbrush (Fonte da imagem: Reprodução/ZbrushCentral)
Para
Lima, o sistema é feito na medida para quem quer criar imagens de
qualidade, sem perder tempo ou esforço com isso. “Ele surgiu com a
necessidade de colocar mais detalhes em modelos 3D”, diz Lima.
“Dobrinhas do dedo, uma veia saltando do seu pescoço. Isso em softwares
como o Maya e 3D Max é muito difícil de conseguir devido à forma como os
polígonos são utilizados”.
Pixels X Pixol
Se você entende
um pouco de tecnologia, já deve ter uma ideia do que é um pixel: ele é o
menor ponto de uma imagem digital. Cada imagem é formada por um
conjunto de milhares (ou, às vezes, milhões) de pixels.
Cada pixel
é formado com base na informação de três ou quatro cores, dependendo do
sistema utilizado (RGB ou CMYK). Mas no Zbrush é diferente: o software
lida com uma outra classe de pixels, os pixols.
Esse é um tipo de
informação que contém dados de profundidade, além das cores. Um pixol
mantêm a informação dos eixos X e Z, ou seja: o que temos no Zbrush não é
nada menos do que pixels em 3D! Então, você pode imaginar a monstruosa
qualidade de imagens que este sistema é capaz de oferecer.
Aplicações do software
Como
você já descobriu, o Zbrush está sendo utilizado cada dia mais pela
indústria do entretenimento. Mas não é só qualidade de imagens que o
programa proporciona. Além do cinema, o software vem ganhando cada vez
mais adeptos no mercado de games.
Detalhes de um personagem feito no software (Fonte da imagem: Reprodução/ZbrushCentral)
Personagens
de jogos podem ser criados com facilidade no Zbrush. Ele permite que
você adicione elementos como veias e rachaduras na pele ou couro do
personagem com bastante facilidade. Apenas um clique na tela permite que
você selecione a ferramenta que vai formar depressões ou elevações na
superfície do objeto trabalhado.
Desenvolvedores têm optado por
ele também na hora de criar mapas, já que com a ferramenta ZMapper é
possível exportar dados em qualquer formato de motor de software de
jogos. Com o sistema do Zbrush, estes mapas podem ser transformados em
versões simplificadas, mantendo a sensação de alta qualidade mesmo ao
ocupar menos espaço em disco e exigir menos velocidade de processamento.
Como o Zbrush funciona?
Ao
abrir o software, você pode não entender muito bem como tudo funciona,
mas em pouco tempo de trabalho você pode compreender melhor o sistema do
programa. Uma das coisas que fizeram o Zbrush ter tanto sucesso é a
soma de poderosos recursos com um fluxo de trabalho bastante intuitivo.
Você
pode iniciar abrindo o “Lightbox”, que conta com uma série de modelos
já desenhados para que você pratique e conheça as ferramentas do
sistema. Você pode começar escolhendo o formato de bola e passar modelar
seu personagem a partir daquilo.
No topo da tela ficam as
ferramentas para modificar as formas. No menu “Brushes”, por exemplo,
você encontra os pincéis para fazer texturas e modelagens com formatos
específicos. Você também pode ativar a simetria para que tudo seja
criado de forma duplicada, em tempo real, do outro lado do objeto.
Ao
clicar e arrastar fora do objeto, você pode navegar pela tela,
visualizando outros ângulos do objeto que está desenhando. Na lateral da
tela, você encontra também o menu de texturas para deixar a imagem mais
real. Ali também fica a paleta de cores para que você escolha as
tonalidades dos elementos na cena.
fonte:tecmundo.
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